Você já parou para pensar que um brasileiro vê aproximadamente 10 mil postagens por mês nas redes sociais? Depois, vou te explicar um pouco sobre como cheguei nesse número, mas agora, pare pra pensar: com tanto conteúdo, tanto consumo e tantas informações, como chamar a atenção de alguém no meio dessa hiperconectividade?
Produzir conteúdo já não é a mesma coisa de alguns anos atrás, onde bastava ter autoridade e ser um bom profissional. Agora, existe uma batalha fria entre quem gera mais postagens, quem grava mais vídeos, quem tem mais seguidores e curtidas, quem viraliza primeiro ou quem se expõe mais.
Mas estar fora do mundo digital também pode ser um problema, então, como lidar com isso?
difer≠ncie-se em 10 minutinhos

As mudanças do mercado estão mais rápidas que o relâmpago marquinhos, mas nem todo mundo está preparado para isso
Apesar de já termos passado por ela, a pandemia do Covid-19 deixou muitos resquícios de sua passagem no mercado e na economia. Mas a principal mudança que podemos enxergar claramente é a transformação digital acelerada.
E isso não sou eu quem diz não (mas imagino que essa seja uma constatação um pouco óbvia), mas a 33ª edição da Pesquisa Anual sobre o Mercado Brasileiro de TI e Uso nas Empresas, divulgada FGVCia, que mostra uma antecipação do processo de transformação digital em pelo menos 4 anos.
“Acreditamos que o isolamento, ensino e o trabalho a distância da pandemia vão deixar marcas permanentes na forma com que transacionamos, vivemos e enxergamos a TI e deverá resultar em um modelo que combina o presencial com o remoto (blended e não híbrido) em uma solução que integra e potencializa as capacidades humanas com as digitais”
E como lidar com mudanças drásticas tão rápidas em negócios que ainda estão acostumados com o tradicionalismo? Como abrir as portas para novas possibilidades em tão pouco tempo?
Uma explosão de conteúdos, viralização e hiperconectividade
Segundo a pesquisa Data Never Sleeps 10.0, feita pela DOMO, mais de 5,9 milhões de pessoas fazem pesquisas de buscas no Google, 66 mil fotos são compartilhadas por usuários no Instagram, 500 horas de vídeos são assistidas por usuários no YouTube, tudo isso e muito mais, a cada minuto. MINUTO. 60 segundos.
Veja a representação visual do “Every Minute of The Day” mais recente:

Mas então, qual a conclusão que tiramos com todos esses números?
Ao entender mais sobre o mercado, entendemos que essa hiperconectividade dos consumidores pode trazer desafios para as empresas, principalmente no que se refere à competição no mercado e à expectativa dos clientes em relação à qualidade do atendimento e experiência de compra.
Com a facilidade de acesso à informação e a possibilidade de comparação entre produtos e serviços oferecidos por diversas empresas, os consumidores se tornam mais exigentes e com maior poder de escolha, o que pode dificultar o destaque das empresas em relação à concorrência.
Há mais de um século o conteúdo já mostra sua importância para os negócios se posicionarem e gerarem brand equity e awareness. Porém, muito foi deixado de lado.
Publique pelo menos 3 vezes ao dia no Instagram, no Facebook e no LinkedIn, poste stories, blog posts, newsletters, vídeos no YouTube.
Faça. Grave. Escreva. Publique.
Os gurus que surgiram ensinando como alcançar a viralização ajudaram a criar uma geração de usuários desesperados por tornar tudo um conteúdo ou preenchidos com a FOMO. A necessidade por “ser alguém” no mundo digital e quem sabe viralizar fazendo dancinhas e ficar milionário do nada também.
A ansiedade digital impulsionada pela síndrome de FOMO (fear of missing out), traduzida para o português como o “medo de ficar de fora”, nos faz acreditar que precisamos estar envolvidos em tudo que acontece.
Porém, nem mesmo os consumidores já estão aguentando mais tanta informação por segundo. Afinal, a hiperconectividade traz seus danos (mais próximos de nós do que imaginamos):
- Dependência dos dispositivos tecnológicos;
- Dificuldade de concentração nas tarefas;
- Isolamento social;
- Exposição a conteúdos inadequados;
- Ameaças à privacidade;
- etc.
Eu já tive minha cota de hiperconectividade, usando o celular para trabalho e pessoal mais de doze horas diárias. Hoje, já não ultrapasso 3 a 4 horas, pelo meu próprio bem. Você já sentiu os danos dessa conexão também?
A tendência do mercado é desacelerar um pouco
Você já ouviu falar do termo slow living? Citado pela primeira vez no livro “In Praise of Slowness: Challenging the Cult of Speed” de Carl Honoré, publicado em 2005, o termo representa um movimento cultural que promove um estilo de vida mais lento, consciente e intencional, em contraposição à cultura contemporânea de aceleração, agitação e imediatismo.
O slow living enfatiza a importância de desacelerar, desacoplar-se da tecnologia e dos ritmos frenéticos da sociedade moderna, e priorizar as experiências significativas e as relações humanas autênticas.
E com o slow living, também surgiu um conceito contrário ao fast content (conteúdo rápido) que tanto vemos: o slow content.
O que o slow content busca oferecer de diferente? 
O slow content valoriza a profundidade, a reflexão e a originalidade, e incentiva os criadores de conteúdo a investirem mais tempo e esforço em suas produções.
Isso pode resultar em conteúdo mais longo e detalhado, que pode exigir mais tempo e atenção para ser consumido, mas que também oferece uma experiência mais rica e gratificante para o leitor ou espectador.
Um relatório da Edelman sobre tendências de marketing de conteúdo em 2021 descobriu que os consumidores estão procurando conteúdo que seja mais informativo, educacional e confiável, e que possa ajudá-los a tomar decisões mais informadas.
Além disso, um estudo de 2020 da SEMrush sobre tendências de pesquisa na área de marketing de conteúdo mostrou que o número de pesquisas relacionadas a “conteúdo de alta qualidade” e “conteúdo original” aumentou significativamente nos últimos anos.
Sendo assim, conteúdos produzidos com uma maior curadoria, cuidado e autenticidade, vem ganhando espaço. Priorizar a qualidade, ao invés da quantidade, torna-se uma importante tendência para os próximos meses.
Conteúdos em blog ou newsletters, por exemplo, já possuem diversas comprovações do sucesso voltado ao slow content.
A Orbit Media, por exemplo, mostrou que os redatores de blog post que investem mais de 6 horas na produção de um texto, conseguem gerar conteúdos mais completos e que são melhor posicionados nos mecanismos de busca.

Da mesma forma, conteúdos mais longos, especificamente com mais de 3 mil palavras, são os que têm os resultados mais fortes para as mais de mil empresas estudadas.

Isso só comprova tudo o que falamos até aqui: gerar conteúdo de qualidade exige tempo e dedicação, porém também pode gerar ainda melhores resultados do que centenas de postagens curtas e rasas.
Os 10 pilares que embasam o slow content
Espero que, até aqui, eu tenha conseguido te mostrar algumas ideias bem diferentes relacionadas a produção de conteúdo. Para finalizar, é claro que vamos falar sobre aquilo que embasa toda a construção desse conteúdo lento, marcado por:
- Mais qualidade, menos quantidade
- Mais profundidade, menos frases de efeito
- Mais criatividade, menos modismos
- Mais palavras que enriqueçam o conteúdo, menos termos simplistas
- Mais beleza e ideias surpreendentes, menos pragmatismo
- Mais foco no propósito, menos foco no lucro
- Mais liberdade nos formatos, menos dogmas sobre conteúdos curtos
- Mais cidadão, menos consumidor
- Mais reflexão, menos rapidez
- Mais tradição, menos convenção
Espero que isso ajude você a pensar com mais cuidado nos conteúdos da sua marca.
Espero que tenha aproveitado o conteúdo até aqui 
Aproveite para deixar uma curtida e compartilhar com seus colegas e amigos!
Este conteúdo foi feito com todo carinho e dedicação por Thaís Dreveck, planner da Hugz
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